sexta-feira, 6 de julho de 2012

Eu tento ser leve. Volta e meia vou até a varanda, solto os cabelos, sinto a brisa do mar invadindo a alma, dou um trato na taça de vinho e me abasteço de alguns goles de saudades. Elas sempre estão comigo. Saudades múltiplas. Saudades inclassificáveis e até inexplicáveis. Aquelas que vez ou outra me assombram de levinho... As bruxas sabem. As fadas imaginam. Madalena que sou, não me encaixo em molduras. E talvez o bordão que carrego seja a minha identidade: esse mundo não é meu, sou de um outro planeta onde as pessoas não se negam a sentir. Deixo a porta aberta na esperança que eu nunca mais entre eu também. Porque recuo os dedos de caminharem em sentido oposto. Mas sempre dou voltas em mim mesma e quando me percebo, estou eu a ensaiar partidas, sempre sou eu que parto primeiro. Eu agora vou... E não precisarei dar explicações. Nem justificativas e nem defender tese alguma. Eu sei e grito o tempo inteiro, rasgando-me em silêncios que me implodem o dia inteiro. Pesa sobre mim a incapacidade de invadir seja lá o que for que esteja aberto, ou fechado. O vestido encalhado na porta do quarto ainda diz de mim, mas já não pode escrever versos. Sim, Madalena é louca.(Djavan)
"Estou indo embora quando pareço ficar" Quando a estrada pareceu único caminho, ela voltou despedindo-se do mato, do vento, dos insetos alados que batem contra o vidro do carro. A lua, abrindo os braços em vestido para cheia, acendia o breu da volta. Madalena estende o braço para fora e brinca com o vento provocando barulho para não ouvir a própria respiração. (não dizem que toda volta é feliz?)

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