terça-feira, 4 de outubro de 2011

Os olhares são mais sinceros que o coração Não precisam de pulsar, acelerar, saltar pela boca. Muito pelo contrário, se fixam firmemente Como duas pérolas negras decididas Não falam nada, mas entregam os segredos Questionam, deduzem, seduzem, encantam Enganam. São verdadeiras serpentes. Olhos que brilham nos prazeres e choram nas dores Entristecem quando não podem ver Por maldade dos outros cegos Que não enxergam nada além dos seus preconceitos Os olhares se quebram e olhos se perdem no horizonte Na busca de uma compreensão, ou de uma alegria Divididos por um muro gigante, vigiado pelo olhar da maldade Daqueles que não aceitam que olhos se unam pelos olhares. Infantis, travessos, felizes, amigos, olhares proibidos. Perdidos sem ter muito o que ver, irão se esconder em outros Infelizes embora aceitos, normais e sem vida. Assim se segue, trocando outros olhares, tentando entender Em lados opostos, se enganando em outros olhos que existem Na esperança de superar, ignorar e deixar na memória o que restou... Dos belos olhares perolados e brilhantes de outrora. 
Continue olhando... Lúcia Mendonça

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