sábado, 29 de outubro de 2011


Um dia quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços, a tua pele será talvez demasiado bela e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor. Um dia quando a chuva secar na memória. quando o inverno for tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito de nossa janela, sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nenhuma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade.

Lucia Mendonça

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